quarta-feira, 30 de abril de 2008

Hard Candy

De toda a carreira dela só gostei do Ray of Light e do Confessions on the Dance Floor (refiro-me a álbuns como um todo).
O concerto que vi em Amsterdão em 2006 foi sublime.
Ontem ouvi no iTunes as faixas do novo CD e não gostei.
Dizem que se aprende a gostar. Veremos.


terça-feira, 29 de abril de 2008

Lost

Pronto tal como aconteceu com outras séries, estou viciado...
Talvez porque ainda só vou na 2ª temporada.
Ou então é porque não tenho mais nada que fazer nos dias que correm.



segunda-feira, 28 de abril de 2008

1ª Semana

E já passou uma semana.
Agitadíssima.
Desloco-me do sofá para a cama, da cama para o computador, do computador para o sofá e repete. Nem sempre é nesta ordem mas os locais não variam muito mais.

Que tenho feito? No computador trabalhado um bocado e algum msn. No sofá e cama tem sido "lost" e mais "lost" e alguns filmes de jeito que raramente passam pela TV. Enfim uma agitação.

Felizmente que durante o fim de semana alguns amigos e familiares me vieram buscar para ir jantar fora e e pelo menos apanhar algum ar. O que me tem custado ver o pessoal na praia :(.

De resto os momentos de grande agitação devo-os ao gato e à empregada. Eu sabia que eles eram muito próximos, mas não fazia ideia quanto.

É o delírio ver o gato a provocar a empregada correndo "de lado" e de lombo levantado atrás dela e depois ver ela a correr atrás do gato. E eu assisto a isto boquiaberto.
Hoje andava ela com o aspirador ligado atrás dele e ele a fugir à frente dela e eu atrás dos dois para pararem sossegados. É uma imagem surreal mesmo. Mas pelo menos vou-me distraindo.



P.S: Que há no interior daquela escotilha?
P.S:S: Onde andam os amigos do Canadiano que raptou a grávida?
P.S.S.S: Porque é que o estúpido do coreano não aprende inglês?
P.S.S.S.S: .....

Bom vou por gelo no pé :p

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Desabafo #32

Apesar de tudo o que se passa neste nosso mundo, a terra vista do espaço continua a girar indiferente ao que ocorre na sua superfície.

Mata-se, discute-se, ri-se, ama-se, detesta-se, destrói-se, constrói-se, nasce-se, morre-se,...., e ela continua imperturbável no seu movimento à volta do seu eixo e à volta sol. 

Talvez seja esse movimento aliado à força centrípta e centrifuga que nos faz mudar a visão das coisas e dos problemas de um momento para outro. Num dia a centrípta traz e no outro a centrifuga leva.

Hoje tive uma noticia que me deixou muito satisfeito. Espero que a centrifuga não volte a fazer das suas.




quarta-feira, 23 de abril de 2008

Desabafo #31

As vezes pequenas coisas tem efeitos imensos.
Palavras, poucas mas secas, que ficam a ecoar na nossa cabeça e a corroer alguma coisa que existe cá dentro. Tentámos perceber a razão mas de cada vez que tentámos ainda nos apercebemos mais de como a reacção foi despropositada. A lógica diz para não ligar, olhar para outro lado, seguir em frente, pensar em outras coisas, mas o incómodo mantém-se presente, como uma agulha fina que nos vai picando em cada movimento. 
As vezes sinto-me assim! 
Muitas vezes me sinto assim! 
Desiludido, sentido. 
Esperando que a noite torne a agulha romba ou a pele insensível. 
Não gosto de atritos, muito menos se os mesmos me parecem desnecessários, quando acho que o que devia imperar era a inter-ajuda, ou o objectivo comum, ou a consciência do grupo e de propósitos maiores do que a quezília por feudos efémeros.
Não gosto de atritos e sou fortemente ferido pelos mesmos, como se de lixas grossas se tratassem.
Não gosto de atritos.
Não gosto.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra



Não estará na altura de deixar de olhar para ela e de uma vez por todas de começar a olhar por ela?

CURIOSIDADES SOBRE O PLANETA TERRA  

- A Terra tem aproximadamente 4,5 biliões de anos 

- A Terra tem 510,3 milhões de quilómetros quadrados 

- Cerca de 97% do planeta é composto por água 

- A quantidade de água salgada é 30 vezes maior do que a água doce 

- A atmosfera terrestre vai até cerca de 1000 quilómetros de altura, sendo composta por 77% de nitrogénio, 21% de oxigénio, com traços de árgon, dióxido de carbono e água 

- A Terra já passou pelo menos por três grandes períodos glaciais 

- A Terra gira em torno do sol a 107 mil quilómetros por hora 

- A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e o quinto maior 

- O ponto mais alto da Terra é o monte Evereste, com 8848 metros acima do nível do mar 

- Actualmente a população humana da Terra ronda os 6 biliões de pessoas 

- A expectativa média de vida dos humanos é 65 anos 

- Mais de um bilião de pessoas vive com menos de 1 euro por dia 

- 125 milhões de crianças não têm acesso à educação básica 

- Há 43 milhões de pessoas infectadas pelo HIV 

- 1 em cada 6 pessoas não tem acesso a água potável 

- 23,5% dos adultos dos países em desenvolvimento (81% da população mundial) são analfabetos 

- 12500 espécies de fauna e flora estão em vias de extinção


segunda-feira, 21 de abril de 2008

Aurora Boreal

Recebi hoje uma das fotos da aurora boreal que vi no dia 6 Abril.
Apesar de representar de forma mais fidedigna o que observei ainda não ilustra a grandiosidade do momento.

sábado, 19 de abril de 2008

Rescaldo #1

Já em casa.
Correu tudo bem.
Foi uma sexta-feira diferente.

Uma anestesia local com a sua piada. Cinco ou seis picadas e depois um estimulador eléctrico que espalhava o anestésico pelo pé. Passados 30 minutos parecia que tinha o pé inchadissimo. e na verdade, estava normal mas todo "encortiçado". Não conhecia esta técnica (também não tinha de conhecer).

Depois a cirurgia em si também teve a sua piada pois acompanhava (eu e os médicos) todo o processo por um monitor de RX (?). Pensava que me fizesse mais confusão. Nem o barulhinho que ouvia me afectava. Afectava-me isso sim a porcaria da agulha do soro e das outras porcarias que tinha espetada na mão. Não me doía mas fazia-me uma confusão do caraças. Perguntava a cada meia hora quando me tiravam aquilo. Tiraram-me hoje antes de sair. Nem dormi descansado com aquela porra. Mas pronto, teve de ser e eles é que sabem.

A sandália. Não é tão má como esperava, mas também não sairia com ela num sábado à noite :).
Não a posso tirar. Dormir com ela e tudo. só sai para pôr o gelo.
Da operação em si nada me dói. O pé inchadíssimo dentro da sandália é que me incomoda e muito. Nada a fazer mesmo. É só esperar que passe.

Equipa médica, enfermagem e auxiliar espectacular. Até um "puto" aprendiz de de ortopedista lá estava a olhar para a minha figura. Continuo a gostar de ir à CUF, mas prefiro ficar sem lá pôr os pés nos próximos tempos.



quinta-feira, 17 de abril de 2008

Diversão de FDS

A minha herança genética vai possibilitar-me passar a noite de sexta para sábado no Hospital CUF Descobertas, Resort and Spa, pensão completa :p.

Pois é...!! Tal como previsto no final do mês de Janeiro vou arrancar o "joanete" do pé direito (até agora o único...joanete). É mesmo herança de familia e se a alguns não incomoda absolutamente nada, a mim tem vindo a incomodar-me e muito desde Agosto do ano passado. Até nem é o osso em sí, mas parece que está a causar tensão num tendão qualquer e etc etc (conversa de médico).

Então pronto. Sem comer depois das 14h, arrancar o dito ás 20h e depois 15 dias em casa e mais umas semanas de recuperação. Parece que até vou andar com uma sandália especial. Vai ser o máximo.
O que me incomoda no meio disto tudo? A cirurgia com tudo aquele aparato? A recuperação? Nada.

Só mesmo a perda de mobilidade. O ter de depender de alguém para me deslocar. O interromper o ginásio que é sempre uma forma de escape.

Nestes últimos dias ando a angariar dvd's, livros e outras cenas para me entreter. Agradeço sugestões :).

Nota: Não, não são os meus pés. Chissa....!!! Felizmente.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Hipocrisia Olímpica ???

P.S. Já repararam que a "colega metralha" colocou uma série de comentários nos posts do árctico? LOL.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Back #2

Voltei ao trabalho.
Voltei a demorar uma eternidade no trânsito de Lisboa.
Voltei a ver pessoas irritadas a buzinar por todo o lado e com cara de poucos amigos.
Voltei a ir almoçar aos sítios do costume.
Voltei à confusão e mesquinhez típica portuguesa nos locais de trabalho.
Voltei a ver gerir pessoas e situações como se de animais de tratassem.
Voltei a ver armar confusões com coisas simples.
Voltei a ver indecisão.
Voltei a lidar com incompetência.
Voltei a ver o caos em que o meu país se torna.
Voltei a sentir a nostalgia.
Voltei à minha rotina diária.

Voltei a casa.


domingo, 13 de abril de 2008

Back #1

Cheguei. Eram 8:50H da manhã quando aterrei neste rectângulo à beira mar plantado.
6:05H de Montréal a Paris e mais 2:05H de Paris a Lisboa.
Viagem excelente. A Air France continua a fazer um bom trabalho.

A minha colega continua igual a si própria. 
Quando aguardávamos em Paris para sair do avião o felcro do casaco dela prendeu-se nas meias da comissária de bordo. Foi uma tourada para tirar aquilo sem estragar as meias da senhora. Foi o rir . Eu acabei por avisar a comissária que a minha colega era perigosa :). Momento alto na chegada a Paris portanto
Em Lisboa a mala dela acabou por não chegar LOL. Fizemos o check in no Canadá ao mesmo  tempo. A minha mala chegou inteira e da dela nem rasto.  Mais risota claro. O que vale é que ela está sempre muito bem disposta e divertimo-nos imenso com as situações. 
Confesso: é uma excelente companhia de viagem e de trabalho. 

Entretanto se por aqui passar alguém da área da saúde ou psicologia solicitava que me deixasse alguma terapêutica para uma nostalgia brutal, uma neura imensa e uma vontade de regressar avassaladora.


Entretanto, obrigado a todos pelo apoio e companhia que me fizeram durante esta minha aventura pelo norte. É muito bom viver os acontecimentos, mas de nada servem senão os partilhar.

Narkurmiik.
Atsunai.

sábado, 12 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 15

Ultimo dia em Montréal.
Regresso a Lisboa logo pelas 17.20H.
Muita nostalgia no ar. Muita falta de vontade de voltar.
Manhã consumismo.
Ipod Touch (most) e mais umas coisas que compensam levar do Canadá.
Não consigo comprar ténis nesta cidade. Números tudo para cima do 43 (inclusivé).
Ou os tamanhos pequenos esgotam muito depressa ou os canadianos tem todos os pés muito grandes.
Foi pena o tempo muito nublado e algo chuvoso.
Como a minha colega foi nomeada oficialmente Investigadora Auxiliar fomos almoçar para comemorar ao Piazzata, o melhor restaurante italiano da Sainte-Catherine, possuidor do melhor café expresso da cidade. Pagou ela. Para o mês que vem é a minha vez.

Au revoir Montréal. A bien tout.

Imagens do almoço no Piazzata :)

La Piazzata

Queso fundido (não é muito italiano, mas é muito bom)

Lasanha fiorentina

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 14

O Árctico acabou por agora.
Chegamos a Montréal era 20:30H.
Um dos voos para norte da companhia aérea foi anulado por questões técnicas. 
O nosso saiu então 1:30H atrasado e teve que passar pelas vilas todas onde o outro teria de ir buscar pessoal.
Em vez de três paragens fizemos cinco. Era tipo levantávamos voo e passados 15min aterrávamos. Saia e entrava gente. Depois mais 20 minutos e a cena repetia-se. Foi uma seca.

Entretanto já estamos no B&B depois do jantar no Le 940. Amanhã compras e partida para Lisboa.
Estou num misto de emoções que não consigo definir por ter deixado o norte mas sobretudo por deixar Montréal. Tipo coração apertado.

Mais uma vez o pessoal de cá proporcionou-me a experiência de uma vida. 

Deixo-vos com algumas das ultimas imagens das terras do Norte. 





quinta-feira, 10 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 13

(14:14H)
Hoje é o ultimo dia em Kuujjuarapik.
A cozinheira acabou o contrato aqui e então, somos nós a cozinhar.
Eu e a minha colega fizemos bife à Portuguesa com batatas fritas e ovos estrelados para o almoço.
Para sobremesa salada de fruta.
Conseguimos pela primeira vez não comer restos, pimento e tomate.
O jantar é preparado por eles. Era para ser ganso do árctico. Como vimos que ainda estava cheio de penas, com e patas e cabeça dissemos: -"esquece lá isso". Será frango :-S.
Estamos um pouco tristes por deixar isto, mas a vantagem é que vamos deixar de andar enchouriçados sem dezenas de camadas de roupa.

(20:05H)
Entretanto eu e a minha colega descobrimos uma lata de leite na dispensa e achámos que seria leite condensado. Decidimos então fazer a sobremesa do jantar. Sería aquele doce vulgaríssimo com leite condensado, natas, bolacha e doce de ovos.
Quando estavamos a fazer o almoço colocamos o leite a cozer durante uma hora. À tarde quando fomos fazer o doce abrimos a lata e aquilo estava na mesma. Não era leite condensado era leite evaporado, seja lá o que isso for. Toca a por o leite numa caçarola e ferver, ferver sem que nada tenha mudado na sua textura. Tomei eu mãos à obra (mais valia ter estado quieto). Decidi deitar um pouco de gelatina de cereja para ver se aquilo engorssava. Nada.
Toca então a pôr bolacha moída lá para dentro. Claro que engrossou. Ficou tipo Cerélac consistente. Espalhar por taças por as natas o doce de ovos e frigorifico. Sobremesa feita.
....
....
Está intragável.
Mais valia ter estado quieto.
....
Entretanto a minha colega bebeu uns meros 50 mL de vinho chileno e anda a rir que nem uma perdida pelo centro fora. A última noite no Árctico promete.

Ficam algumas fotos pedidas por alguns leitores do blog.


Eu no skidoo (e o trenó de onde mergulhei)

Um exemplo da pouca fauna que vi

Monumento Cree

Página da lista telefónica local


(16:35H)
P.S.: Enquanto via se a neve já tinha derretido, a minha colega acaba de dar uma cabeçada numa mesa que fez abanar o centro todo. Não há nada a fazer mesmo.... :p. Espero conseguir chegar a Portugal com ela inteira.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 12

Na terça feira fomos fazer trabalho para o SASA Site 3.
(Experimentem dizer SASA Site depressa é girissímo).
Umas das coisas que entretanto aprendi aqui é que a neve não é toda a mesma. Passo a explicar. Quando a neve "não é pisada", vai-se acumulando ficando os espaços livres entre os cristais a definir a sua "compactividade" ou a falta dela... O mesmo não se passa aqui na vila, por exemplo, em que o constante passar de pessoas e skidoos ou whatever a compacta melhor (a cabeça da minha colega é prova disso).

O SASA site fica a cerca de 6.5 km daqui e praticamente ninguém lá vai nesta altura. Fica fora dos trilhos do skidoos. Demorámos mesmo cerca de 30 minutos a dar com o local (mais 30 de viagem). Então quando se sai dos skidoos é o caos. Enterramo-nos na neve até a cintura nalguns locais, noutros até ao joelho e noutros não nos chegamos mesmo a enterrar. Como, como é óbvio, os locais não se encontram identificados, estas situações proporcionam momentos de grandes gargalhadas pelos trambolhões dos outros e em algumas vezes quedas dos skidoos. Uma ou duas vezes tivemos mesmo de os desenterrar da neve (os skidoos :p) .

Claro que a minha colega andou em grande força todo o dia. Fez jus ao nome de metralha. Não havia local ou ponto de paragem onde não malhace. Foi o rirrrr. Até o pessoal daqui malhava em força (menos o Martin claro, que parece que sempre viveu aqui). Eu até não caí muito, mas acho que dei o tombo do dia. Ia no trenó para garantir um pouco de estabilidade no percurso mais complicado quando este se virou. De forma a não ficar debaixo do material todo literalmente lancei-me do trenó como a fugir de um enxame de abelhas atirando-me para um rio. Aterrei pois de cabeça na neve tendo esta entrado em todos os lugares descobertos do meu fato. Felizmente ninguém viu e não há provas fotográficas do ocorrido.
Claro que o Martin só deu pela minha falta mais a frente e como tal tive de me arrastar (literalmente) uns bons metros até voltar a encontrar poiso seguro.

Algumas fotos do dia...

No caminho e na primeira paragem forçada

A minha colega no seu melhor

SASA Site

No regresso - Kuujjuarapik ao fundo


terça-feira, 8 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 11

Ai. Kaattunga.
Tuktusiurumavung.


Tradução: Olá. Tenho fome. Quero ir caçar caribús :p.

Pois é. Falemos de comida.
Até agora não comemos nada de transcendente.
Nada de caribú, alce, foca, beluga e afins (pelo menos que eu saiba).
Mas a forma como eles agrupam os alimentos é muito estranha.
É tipo "juntamos tudo o que temos à mão e misturamos".
A sopa tem tudo e mais alguma coisa.
A refeição propriamente dita é, por exemplo, uma misturada de vegetais (crus e cozidos), puré de batata em caixas (tipo Planta) e mais do que a cozinheira se lembrar de fazer.
Sempre tudo muito "atomatado", carregado de pimento e pimenta e sem sal.
Depois, a Filipa Vacondeus faria aqui um sucesso enorme.
Não se estraga nada. Passamos a vida a comer restos e de preferência misturados de vários dias.
Hoje, por exemplo comi salsichas de 2ª feira, misturadas com empadão de ontem, puré já não me lembro de quando e um pouco de salada com grão que já deve durar de alguns dias.
A sopa e a sobremesa já duram desde, pelo menos, o fim de semana.
No entanto, toda a comida continua boa e em excelente estado de conservação.
Também é lógico que assim seja. A única forma de transportar comida para aqui é por avião e como tal sai tudo muito caro. É no aproveitar que está o ganho....!!!

Almoço de 8 de Abril


A sopa

O empadão com as salsichas e o puré


Sobremesa

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 10

Hoje falo de trabalho.
Nestes dias temos andado "por aí" a recolher amostras diria eu...de "quase tudo o que mexe".
Ele é sedimentos, ele é agua, ele é gelo, neve, plantas, água, gases da atmosfera...tudo.
O dia começa com a selecçao do local (rio/estuário/lagos). Andamos sempre à procura de gradientes de salinidade.  Depois partimos para o local, de skidoo (mota de neve) com trenó acoplado, carregados que nem mulas.
No local é remover neve, esburacar o gelo, e depois sob um frio glaciar recolher as amostras.
Tenho estado responsável pela amostragem das amostras de água e nem imaginam o que custa.
A água mais quente que até agora recolhi estava a 0.8ºC. 
Como a colheita tem de ser feita com luvas descontaminadas (finas) ficam-me a doer as mãos até aos ossos.  
Enfim. Sabem que mais. Custa mas compensa e muito só pela experiência.
Algumas fotos. Gostaria de pôr mais (tenho muitas mais) mas a internet por satélite é lentíssima e ficava aqui o dia todo.


Great Whale River (-23ºC)

O local

Recolha da água (reparem nas luvinhas :p)

Sonda multi-paramétrica 


SASA Creek (-17ºC)
(espécie de pântano congelado)

Pic-Nic antes do trabalho

Fazendo o buraco no gelo (1.5 m de neve por cima)

Toda a logística de amostragem


P.S. Ontem tivemos mais aurora boreal :). 

domingo, 6 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 9

Ai. Qanuikiit?
Qanuingitunga.

Tradução: Olá como estão? Eu estou bem :p.
Tal como o meu francês, o meu Inuktituk (lingua inuit) vai de vento em pôpa :).

Ontem depois de jantar e antes da excitação da aurora boreal fomos ao bar da vila.
Iam transmitir na TV o jogo de hockey no gelo (confesso que estou a ficar fã de hockey) entre os Canadians de Montréal e os Maple Leaf de Toronto (Montréal 3 - Toronto 1).
Claro que todos torciamos pelos Canadians.

Falemos do bar. Surreal. 80% dos presentes eram mulheres Inuit e Cree (outros habitantes daqui mas mais parecidos com índios). Desses 80%, cerca de 75% deveriam ter idades compreendidas entre os 40 e os 80. Carregavam latas de cerveja de mesa em mesa, bêbadas que nem cachos. Gritavam. Um ou uma estatelou-se no chão enquanto toda a gente gritava ohhhhh (caiu atrás de um balcão daí eu não saber o sexo). Outra gritava e apontava para o nosso grupo dizendo várias vezes "they are here for money". Outra mais idosa passou por mim duas vezes e olhando-me nos olhos disse "fuck you".  Eu nem percebia o que ela dizia. Indiscritível.

Mais tarde uma inuit simpatiquissima de 50 anos chamada Emily carregando ora cerveja ora Smirnoff ice sentou-se à mesa connosco. Perdida de bêbada perguntou várias vezes os nossos nomes e várias vezes disse que se chamava Emily. Dizia ainda que tinha caido e batido com a cabeça quando era nova na escola em Churchill. Daí,  por vezes andar meio passada.
Apesar de tudo era aquilo que nós chamamos "uma querida". Falou-nos da vida aqui, das dificuldades. De como as coisas se tornaram mais fáceis com o chegar da água canalizada este ano. Falou ainda que eles já começam a sentir os efeitos do aquecimento global. Dizia ela que o inverno este ano não tinha sido muito frio (chissa fará se fosse). Disse também que estão a aparecer animais aqui que geralmente só eram vistos muito mais a norte. Não à dúvida, o aquecimento global está aí. Finalmente ensinou-nos uma canção inuit que é cantada a dois e só com sons de garganta. Muito giro mesmo. Valeu a pena o bar só para ter conhecido a Emily (e pela vitória dos Canadians).

No bar foi onde eu, até agora, estive mais perto de um urso polar :).



P.S. Entretanto criei o email do blog (100acentos@gmail.com). Não me perguntem porquê nem para quê. Mas também tenho de me entreter com alguma coisa nas horas mortas em que me dedico ao aquecimento do corpo e mente :).

Season 3 - Episódio 8

São 00.18H de Domingo 6 de Abril de 2008.
Estou desde as 23.00H de sábado aqui no computador de volta do blog, dos mails. etc.
À cerca de 20 minutos a minha colega entra-me pelo quarto dentro aos gritos.
Estou a vê-la estou a vê-la, anda depressa.
Eu: what?
A aurora boreal estou a vê-la do meu quarto.
Qual quarto qual carapuça.
Pijama vestido e parca ao ombro (estavam -33ºC) saio a correr para a rua para observar um dos fenómenos que mais queria ver no Árctico.

Não tenho palavras para descrever o que acabo de ver.
São de rios de cor que atravessam o céu. Cortinas de luz que se vão formando e unindo umas às outras. Depois aparecem em diversos pontos do céu ao mesmo tempo.
Tudo o que possa descrever não está nem perto da realidade.
Estou só irritado por não poder partilhar fotos aqui no blog.
A minha máquina não dá para tanto.
Impressionante.
E continua.
Vou ver mais :).

Voltei.
A gozar a gozar e não é que a minha colega (a metralha) conseguiu tirar uma foto. Estou passado.
Aqui fica. Garanto-vos que não exprime o que acabei de ver.

É 01:09H da manhã. Vou dormir :).

sábado, 5 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 7

Hoje mais um dia de amostragem.
Fomos recolher amostras para o meio do mar, mar gelado. Impressionante.
Nevava fortemente. Um vento brutal. Não se via nada.
Claro que a minha colega continuou a fazer das suas.
Por isso a culpa não é minha. Ela é que é "metralha".
Assim que põe os pés na primeira camada de gelo leva com o vento pela pôpa e estatela-se no meio do gelo. Estatela-se e desliza. Um lindo espectaculo de "ice sailing" :).
Depois no regresso carrega uma vara de aluminio que parece mesmo uma cruz. E lá ia ela caminhando qual Jesus carregando a cruz a caminho do calvário.
Claro que, tal como na via sacra, cai quatro vezes com a "cruz" às costas.
Bom isto tem sido duro mas vamos rindo como ninguém.

Hoje deixo umas fotos do entardecer em Kuujjuarapik em dois sitios diferentes.
A malta tem de se ir mexendo para não congelar. :)
O verão Árctico chega em força. Nota-se uma diferença na luminosidade de dia para dia.


18:00H - No meio de um rio gelado


19:00H - No meio do mesmo rio


20:00H - Junto ao Centro


21:00H - Junto ao Centro

P.S. Chegaram 12 estudantes de uma Universidade de Montréal. Vamos ter de dar apoio a um grupo deles.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 6

Pronto, ok.
Eu sei que ás vezes perco um bocado o controlo e mesmo na brincadeira não penso no que faço.
A história reza assim então.
No primeiro dia quando cá chegamos estávamos todos entusiasmados, como é obvio.
Era o árctico, a neve, o gelo, os esquimós, era tudo novo.
Uma colega minha que está cá comigo decidiu então a atirar-me com bolas de neve.
À primeira eu disse: "pára quieta olha que levas com uma".
À segunda, eu repeti a frase.
À terceira e quarta vez tornei a repetir.
À quinta passei-me e atirei eu.
Agarrei no primeiro "pedaço" de neve que me veio à mão.
Com a agravante de, em vez de pegar numa bola de neve, agarrei num bloco de neve...tipo tijolo de iglo.

Ontem descobri que lhe tinha aberto a cabeça :p.
O que vale é que nos fartámos de rir à custa da situação.
 

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 5

Hoje começou o trabalho a sério.
Ele foi fazer buracos no gelo, recolher cores de gelo, amostras de água, amostras de sedimento, filtrar, cortar, envenenar (as amostras), etc etc.
Divertido e muito agradável pois a temperatura subiu até aos +2ºC. Sim leram bem +2ºC.
Isto é de loucos num dia -30ºC no outro +2ºC.
Tem sido uma "lufa-lufa" de veste casacos e calças, despe com o calor, põe e tira chapéus e gorros. É de doidos.
Hoje deixo algumas imagens do Centre D'études Nordiques (o meu francês progride em força).
Beijos e abraços directamente do frio (hoje até não muito).

O quartinho

O WC com o chuveiro visto através do espelho

Laboratório I (e o equipamento que queria ter em Lisboa :p )

Laboratório II

Vista de uma janela do laboratório

Sala de Refeições

Cozinha (cozinheira incluída)

Gary (mascote do centro)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Season 3 - Episódio 4

Hoje o dia nasceu cheio de sol.
Sol, mas -30ºC.
Trabalho intenso até meio da tarde e depois uma visita a pé pela comunidade.
Passeio extremamente agradável.
A quantidade de roupa e as botas (3 números acima do meu) é que não ajuda nada.
Alguns registos...

Kuujjuarapik

Stop

Casa de gente mais abastada

Câmara Municipal

Cruzamento

Inukshuk - simbolo de boas vindas e solidariedade dentro da comunidade 
(sim sou eu atafulhado de roupa)

Bar da Vila

Crianças Esquimós (simpáticas)