segunda-feira, 31 de março de 2008

Season 3 - Episódio 2

Hoje relembrei a minha rotina na cidade.
Acordar mais cedo que em Lisboa e ir para o instituto.
O homem é mesmo um animal de hábitos e quando estes mudam sentimos falta.
Foi muito mas muito bom mesmo voltar a esta rotina.
Como fiquei num B&B (a única forma de ficar na minha rua) tinha o pequeno almoço incluído.
Foi o meu primeiro contacto com o árctico.
Quando vi os chás disponíveis, estavam lá estes:

Não provei nenhum pois de manhã prefiro café :p.
Saio à rua e um nevão formidável. Que bela forma de começar o dia

Depois a rotina do costume,
Trabalho. Reuniões de preparação da campanha. Almoço no sitio do costume.
Ir buscar casacos e calças polares para levar (e umas lindas botas :p).
Voltar a casa e preparar-me para ir beber um capuccino ao Starbuck e jantar por aí.
Avião amanhã as 7H45M. Serão 5 horas sempre "a subir".
Por esta hora, amanhã, estarei no Árctico :).

domingo, 30 de março de 2008

Season 3 - Episódio 1

E eis que começa oficialmente a minha 3ª temporada neste lado do Atlântico.
Hoje foi o dia de andar metido em aviões mas tudo correu bem.
Montréal recebeu-me com um final de tarde de sol e uma agradável temperatura de 1ºC.
Quantas saudades eu tinha de passar pela downtown de taxi e subir a St-Hubert.
Passei pelas minhas duas casas. O 3999 parece que continua desabitado. 
O 4231 continua com o outro gajo.
Ás 20h (hora daqui) já me encontrava a cumprir a tradição de ir jantar ao Le 940.
Entre pão, frango e batatas fritas, optei pelo frango.
Amanhã instituto para preparar a ida para o norte na terça-feira.
As primeira fotos...

Rue St-Hubert

Restaurante le 940

sábado, 29 de março de 2008

Desabafo #30

Estou à uma hora de mala e gavetas abertas sem saber o que tirar destas ultimas.

Que se leva para um local onde se esperam na próxima semana temperaturas de -40ºC?

Os momentos de maior animação têm sido "enxotar" o gato ora de dentro da mala ora de dentro das gavetas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Contagem decrescente #5

2 Dias
E pronto a vida continua mesmo.
Agora é mesmo empregar todas as minhas energias nas próximas duas semanas. Quero tirar o máximo partido delas.
3 dias em Montréal
12 dias no Árctico.
Será a experiência de uma vida.

Temperatura em Kuujjuarapik (12h): -27ºC

quinta-feira, 27 de março de 2008

Frase do dia

Nunca esta frase me fez tanto sentido como hoje :)
"Aproveita que a vida são dois dias"

É claro que geralmente a frase é acompanhada com"...e o carnaval são 3", mas por hoje fico-me pela primeira parte. :p

Beijos e Abraços

J.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Crónica de uma morte anunciada

Hoje só me vem à cabeça este título do Gabriel Garcia Márquez.
É incrível como apesar de esperar-mos e até mesmo desejar-mos (por questões que se prendem com o sofrimento da pessoa) a morte de um parente próximo, na verdade nunca estamos à espera que ela aconteça.
Apesar de anunciada nunca, mas nunca, a morte é esperada.

terça-feira, 25 de março de 2008

Desabafo #29

Hoje regressava ao instituto vindo do gym.
Vinha, como é normal, a fazer zapping na rádio. De repente o search pára na M80 e oiço isto.
Bom, que saudades. Há muito que não ouvia isto. Saudades do tempo de liceu.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Interessante mas não relevante

É a nova politica na investigação nacional, pelo menos em alguns institutos de investigação públicos.
Vejamos.
Existem temas de investigação que estão neste momento "na vanguarda" mundial em termos científicos mas depois, quando queremos implementar/complementar/iniciar esses trabalhos em Portugal, corremos o risco de não o poder fazer, pois embora sejam “extremamente interessantes” não são contudo “relevantes”.
Exemplo: Imaginemos que faço o meu trabalho num instituto ligado à investigação na área dos vinhos. Através de uma leitura atenta do que se publica na imprensa científica internacional venho a achar que será extremamente interessante estudar as alterações climáticas pois penso que terão consequências inevitáveis na produção vinícola.
À primeira tentativa de avançar com um trabalho deste tipo são me logo cortadas as “pernas”, pois embora o tema seja interessantíssimo (as alterações climáticas) não é relevante para a missão da instituição (vinho). É o que eu chamo uma visão redutora.
Depois, ou perco uns dias a fazer um documento para provar por a+b que o “tema é relevante” ou então é melhor esquecer e ir bebendo uns copos (de vinho, claro) para esquecer.
Infelizmente, o problema é que quem decide muitas vezes não percebe nada do assunto. Enquanto forem economistas e gestores a “gerir” o tecido científico e tecnológico nacional, não vamos longe.

domingo, 23 de março de 2008

Dúvida #1

Serei considerado "muito infantil" se a partir de hoje começar a marcar no calendário um "X" por cada dia que falta para regressar a Montréal ?

quinta-feira, 20 de março de 2008

Farto

Hoje acordei "farto".
Farto de ter de me levantar cedo, farto da minha rotina diária, farto do trânsito, farto do meu trabalho, farto de forçosamente ter de lidar com pessoas que me irritam, farto de computadores, farto de spam, farto da imbecilidade das pessoas, farto de me imporem situações das quais eu quero é distância, farto de ter de pensar pelos outros, farto de equipamentos que aparentemente têm vida própria, farto de sentir que tenho de agradar a gregos e troianos, farto, farto. farto.
O melhor é experimentar dormir outra vez e voltar a acordar para ver se passou.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Arthur C. Clarke

O escritor inglês Arthur C. Clarke, faleceu ontem, terça-feira, aos 90 anos no Sri Lanka. Era considerado um dos mestres da ficção científica, autor de obras que marcaram o género.
Uma dessas obras, o conto "The Sentinel", de 1951, deu origem a um dos filmes-chave da ficção científica, "2001:Odisseia no espaço", realizado por Stanley Kubrick en 1968. Com esse filme, Kubrick conquistou um Óscar e teve mais de 10 nomeações para diversos prémios da cinematografia mundial. Foi sem dúvida um grande filme curiosamente muito actual.




Além da ficção científica, Clarke escreveu mais de 100 obras científicas e filosóficas nas quais procurou determinar o lugar do Homem no Universo.
"2001: Odisseia no espaço" não foi a sua única "carta de apresentação". Escreveu ainda "Childhood`s End" e "Rendezvous with Rama", que levaram os críticos a compará-lo a autores da craveira de Isaac Asimov e Robert Heinlein.
Muitas das obras científicas de Clarke introduziram conceitos que são actualmente "moeda corrente" no mundo da tecnologia.
Numa dessas obras, "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?" (1945), o escritor lançou pela primeira vez a ideia de que os satélites geoestacionários poderiam ser excelentes centros das telecomunicações.
Lembro-me perfeitamente da série de televisão " O Misterioso Mundo de Arthur C. Clarke", na qual eu não perdia um episódio. Curiosamente a imagem que me ficou dessa série foi a da caveira de cristal.



A humanidade perdeu mais um grande senhor.

terça-feira, 18 de março de 2008

Desabafo #28

É incrivel o tempo que se perde neste país com assuntos/conversas da treta. Por assuntos/conversas da treta entendo aqueles momentos em que ouvimos e argumentamos com alguém sobre algo que na prática não interessa a ninguém nem contribui para o bem estar geral.
Momentos de reuniões, encontros, conversas de corredor, conversas de café, convervas de circunstância...
Claro que há sempre alguém que acha que isso faz parte do ritual de socialização, mas mesmo a socialização tem os seus límites.
Acho mesmo que uma das razões da falta de produtividade pode ser o tempo que se perde nestes rituais.
Hoje tive no instituto uma conversa de 1 hora com um superior que bem espremida (a conversa), não se aproveita nada.
Perdi uma hora da minha vida, uma hora de trabalho, uma hora de produtividade.
Temo que o meu caso não seja o único.
Assim vai o meu Portugal.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Rodízio

Três semanas, três refeições de rodízio.
Parece que se tornou moda entre os meus amigos ir almoçar/jantar rodizio.
A mim faz-me um bocado de confusão como é que há gente que delira com aquilo.
Não é que não goste da comida, mas ver aquela gente toda de volta de mim carregada de espetos com picanha com alho, picanha sem alho, maminha, lombo, frango, salsichas, presunto, peru com bacon, entrecosto, coração de galinha etc, etc, tira-me logo a fome.
Já para não falar da sensação de "ter comido um boi" que tenho nas horas seguintes.
E depois ver os pratos dos outros clientes cheios de carne até a cima, as bocas gordurosas, a dizer sim sim a uma nova iguaria....é quase a minha visão do inferno.
Como dizia hoje um amigo meu, "quando deixo de ter espaço no prato para cortar a carne, perco logo a vontade de comer".
E é isso mesmo, perder a vontade de comer.
Para muita gente deverá compensar monetariamente ir comer a um restaurante deste tipo. A mim não.


quarta-feira, 12 de março de 2008

Alguém me explique...

Será que alguém com formação nas áreas da psicologia, comportamento ou whatever me pode explicar o que passo a descrever?

Eu, como toda a gente ja senti saudades.
Saudades de familiares, de amigos, de praia, de comer um petisco qualquer...
Isto parece-me razoável. Familiares e amigos são os que sempre ou frequentemente nos estão próximos. Para um português que se preze, praia e barriga cheia por um manjar luso, também é motivo para, na sua ausência, nos deixar a salivar.

No entanto, sentir uma saudade quase doentia de uma cidade que fica a 5000km do nosso "habitat" natural e que, somando todos dias das oito vezes que lá estive não se atingir os 365, não me parece muito normal. Isto também atendendo ao facto de na ultima temporada que lá estive (quase 6 meses) ja estar desejoso por regressar a casa.
De facto tirando os primeiros dias após o meu regresso, sempre senti uma certa nostalgia por cá estar. Mas cá me ia aguentando. Hoje no entanto a minha amiga SCS colocou um cometário com um link de um blog de Montréal onde se referia o ter ocorrido mais um nevão na cidade.

Não é que desde que vi as fotos parece que se me aperta o peito com uma ansiedade enorme por regressar. É normal ? Estarei bom da cabeça? Como dizia o Variações. só estarei bem onde não estou ?



Credits: Blog Montréal Daily Photo

terça-feira, 11 de março de 2008

Breaking News

É oficial.
Já o tenho :).


Nota de rodapé: Enquanto esperava que me o entregassem estive a brincar com um MacBook Air. É o verdadeiro conceito de portátil.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Orgãos vestigiais #1

Orgãos vestigiais são aqueles que, em alguns organismos, se encontram com tamanho reduzido e geralmente sem função, mas noutros são maiores e exercem função definitiva.
A importância evolutiva desses órgãos vestiginais é a indicação de uma ancestralidade comum. Um exemplo bem conhecido de órgão vestigial no homem é o apêndice, estrutura pequena e sem função que parte do ceco (estrutura localizada no ponto onde o intestino delgado liga-se ao grosso). Nos mamíferos roedores, o ceco é uma estrutura bem desenvolvida, na qual o alimento parcialmente digerido á armazenado e a celulose, abundante nos vegetais ingeridos, é degradada pela acção de bactérias especializadas. Como não ingerimos celulose, o apêndice não tem grande importância a não ser quando inflama e temos de ser operados de urgência.

Outros orgãos vestigiais são os dentes do siso. Os sisos são os últimos dentes a desenvolverem-se. O ser humano, em sua maior parte, tem quatro sisos, um em cada canto da boca. O dente do siso não está presente em todas as pessoas, algumas vezes porque a pessoa não tem o gene deste dente e outras vezes porque ele não erupcionou por falta de espaço na arcada dental ou por estar na posição "errada" dentro do osso. Parece que a sua existência tem também a ver com a alimentação dos nossos antepassados.

Tirei um dente do siso. Tenho outro em fila de espera para ser retirado.
Neste momento pode observar-se uma enorme cratera na parte superior do maxilar.
Porque raio a evolução não é mais rápida a retirar o que não faz falta :( ?
Felizmente tenho um excelente dentista.

quinta-feira, 6 de março de 2008

É, mas pode não ser...

Lembro-me de ser puto e ler o Principezinho.
Uma das imagens que me lembro era esta:


Se bem me recordo, o discurso em relação a esta imagem era mais ou menos este. O principe perguntava que chapéu era aquele e o outro dizia-lhe que não era um chapéu mas apenas uma serpente que tinha comido um elefante.


Mais tarde quando tive física no liceu aprendi que tudo é relativo. Na fisica clássica (de Newton) o estado de movimento/repouso de um corpo depende muito do observador. Por exemplo: Se eu estiver dentro de um comboio a deslocar-se com uma bola em repouso na minha mão, a bola estará em repouso em relação a mim, mas em movimento em relação a uma pessoa que esteja fora do comboio e como tal a vê-lo passar. Einstein concordou com isto com apenas uma excepção. A luz. Seja qual for e, esteja onde estiver o observador, a velocidade da luz é sempre a mesma.

Deixando agora estes pormenores de parte tenho pensado muito neste últimos dias na "relativade" do nosso dia a dia. Aquilo que hoje é, amanhã ja não é. Aquela pessoa que hoje é a/o nossa/o melhor amiga/o amanhã até pode já não ser porque relativamente a uma terceira esta até não alinha naquilo que achamos ser importante, nos nossos valores, nos nossos ideais, nas nossas tretas. Se observo X na perpectiva de precisar dele seja lá no que for, X para mim é super, mas se a minha disposição já não for essa então é preferivel estar com Y. E isto observa-se em todo o lado. Escola, trabalho, circulo de amigos, clubes, relacionamentos, tudo.

E sabem que mais. Cansa. Preferia ver/ser/agir como a luz. Independente do observador.

Fiz-me entender?